#@ Há medida que os filhos crescem, as perguntas começam a ser cada vez mais difíceis, mais "certeiras", mais complicadas de responder e duras de ouvir... Algumas deixam-nos sem resposta, não porque não a saibamos, mas sim porque a explicação se torna dolorosa, pois não há forma fácil de o dizer ( às vezes dou por mim a pensar: "mentir ou omitir será opção ?!?")...
E, confesso que desta vez fiquei mesmo sem saber como responder...
Recentemente, partilhei na página de facebook do blogue, que o nosso cãozinho de família - o Torero -, que vivia com os meus pais em Viseu e nos acompanhava há quase 17 anos, morreu. Não foi fácil lidar com esta perda (ainda hoje custa), nem foi fácil explicar à Mariana. Com muita calma e muita coragem, lá consegui dizer que o Torero tinha morrido porque era muito velhinho; que adormeceu e não acordou mais; e que era uma estrelinha no céu a brilhar. Ela reagiu melhor do que eu esperava, e não colocou muitas questões.
Não sei se por esse motivo, numa destas noites a duas, na semana passada, enquanto estávamos sentadas no sofá, enroladas na manta a ver "A Guarda do Leão", perguntou-me, sem rodeios, e com ar de assustada: "Mamã, as mães nunca morrem, não é? Porque os filhos precisam sempre das mães, e como é que nós fazemos se elas não estão?".
Valeu-me estarmos às escuras, para que ela não se apercebesse da minha cara de espanto (e pânico por não saber o que dizer/fazer!). Ainda tentei desviar o assunto com uma frase do género: "olha, o Caion a vencer as hienas mais uma vez! Ele é tão engraçado!", mas não serviu de nada, porque ela insistiu: "Mamã, não vais morrer nunca, pois não?"...
Respirei fundo, e com a maior calma e tranquilidade que consegui, disse-lhe: "Sabes filha, a mãe e o pai ainda são jovens, têm saúde, vão ao médico fazer exames para saber se está tudo bem, comem e dormem bem, por isso não vão morrer tão cedo. Temos muito tempo em família pela frente, para passear, brincar, dar colinho e muitos abraços e brincar muito. A mãe e o pai vão estar sempre aqui a ver-te crescer, a proteger-te e a fazer parte da tua vida, todos os dias. Portanto, não percas tempo a pensar nestas coisas, sim? Pensa em coisas felizes, está bem?"
"Está bem mamã. Se tu o dizes, eu confio em ti". A conversa terminou ali, e ela não perguntou mais nada, para meu alívio 💗.
"Está bem mamã. Se tu o dizes, eu confio em ti". A conversa terminou ali, e ela não perguntou mais nada, para meu alívio 💗.
Os vossos filhos já vos perguntaram algo assim? Como responderam? Se há coisa que me custa é falar deste tema. Sei que devemos desmistificar, mas não me é nada fácil fazê-lo, neste caso. Alguma dica ou conselho que queiram deixar?
Além das vossas opiniões serem bem vindas, e eu ser empre "toda ouvidos", sabem que ao partilhá-las, poderão estar a ajudar mães e pais que estão a passar pelo mesmo, por isso estejam à vontade <3.
Até à próxima pergunta difícil...
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@Mamã do @Bazar @#
A minha filha de 6 anos também andou com essas perguntas há cerca de 1 ano, o problema é quando expliquei que ainda eramos novos, ficou logo a pensar nos avós que são mais velhos e que então iam morrer, foi horrível ver a aflição dela, e eu a tentar disfarçar porque também não consigo lidar com a ideia que um dia também vou perder os meus pais. Só de escrever este comentário fiquei de lágrima no olho. Beijinhos. Susana
ResponderEliminarOlá Susana
EliminarA Mariana não comentou nem associou os avós. Ainda. Mas quando essa altura chegar não sei se conseguirei lidar ❤
O meu filho tem 4 anos, e constantemente me pergunta isso, é a resposta que é a mesma que a sua... No entanto ele não se dá por convencido, não há semana que ele não pergunte........
ResponderEliminarBeijinho para as 2.
Só vi agora. E, sete meses depois, a Mariana já não pergunta. Beijinhos <3.
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