quinta-feira, 7 de maio de 2020

"Não tens medo de tocar nas coisas?"



#@ Efetivamente, a vida dá muitas voltas. Imensas. Milhentas. Infinitas. E prega-nos partidas e rasteiras, quando menos esperamos; mostrando-nos o que realmente importa, e que ainda não nos tínhamos apercebido...
O Covid19 pôs o mundo em estado de alerta. Mudou completamente a nossa forma de estar, de reagir, de viver, de conviver, de sentir...
"Roubou-nos" algo que muitos de nós (eu incluída!) tomávamos como garantido: a nossa liberdade - de poder circular; estar, abraçar, sentir e tocar os nossos; os que mais amamos. Essa é, sem dúvida alguma, uma das coisas que mais me custa e dói: não poder estar e abraçar os meus, especialmente os meus pais - um dos meus maiores portos de abrigo ❤...

Eu sou uma pessoa muito afetuosa e dada. 
Quem me conhece sabe que gosto imenso de falar, conviver, rir. 
Aliás, sou muito expressiva, e quando falo, mexo imenso as mãos, faço caretas e expressões, e valorizo o toque - um passou bem, um abraço, um beijo, um gesto de conforto, de força, de empatia, de apoio.
Por isso, além do medo e saudades, uma das maiores dificuldades que estou a sentir é o não poder tocar - pelo receio e pelo risco de contágio.
Também vos acontece?

Sair de casa tornou-se um ritual "assustador", digamos assim: máscara, luvas, distanciamento, não toca em nada, tocaste desinfeta as mãos, ai a viseira, não te esqueças do gel desinfetante, tosse para o cotovelo, deslcalça-te antes de entrar em casa, põe a roupa toda para lavar, não bejes a menina enquanto não tomares banho e te desinfetares, muito cuidado no multibanco, não andes de transportes, limpa bem o carro, leva as máscaras e os filtros,...
Psicologicamente, a carga emocional de algo que antes víamos como bom e que nos fazia sentir bem, tornou-se em algo aterrador e cheio de "ses"... 
Embora acabe por ser intuitivo ter estes cuidados todos, porque acabam por se integrar na nossa rotina diária (se nos dissessem há dois meses e meio atrás que seria assim, não acreditaríamos!) - e são a única forma de nos protegermos a nós e aos outros, tenho de ser realista: o receio de tocar tornou-se uma presença constante - seja em pessoas, seja em coisas ou animais.

Por isso, respondendo à pergunta que me fizeram, e que deu origem a este texto, sim, tenho medo de tocar. 
E entristece-me que a única forma de nos mantermos seguros; de nos protegermos uns aos outros; de evitar o contágio; e de conseguirmos ultrapassar (ou evitar) este vírus, sejam o distanciamento social, o resguardo social e todas as respetivas protecções - máscaras, viseiras, luvas...

Dói-me ainda mais a reclusão a que os nossos filhos e pais estão sujeitos, e o estarem (estarmos) privados uns dos outros. Mais do que tudo, dói-me isto.
E a vocês, o que "vos dói mais" que o Coivd 19 vos tenha tirado?
Sintam-se à vontade para desabafar; além de fazer bem, sou "toda ouvidos".

Espero-vos no próximo post!

Nota: o Facebook mudou o algoritmo; vão ver mais posts dos vossos amigos e menos de páginas onde deixaram o vosso like. Querem saber quando há publicações nossas e estar sempre a par das novidades? Então na página de facebook do blogue, clicam onde diz “A Seguir” e selecionam "Ver Primeiro".
Sigam-nos ainda no Instagram aqui e no blogspot também conto convosco - vão à página inicial aqui do blogue; no canto superior direito clicam "seguir" e já está 😊.

@Mamã do @Bazar @#



Sem comentários:

Enviar um comentário

"Não gosto do que vejo..."

#@ ... Era a frase que mais dizia para mim mesma quando me olhava no espelho. Não o dizia em voz alta. Calava-o. Guardava-o. Reprimia-o. Diz...