sexta-feira, 27 de abril de 2018

"A "maldição" do medo de falhar como mãe"


#@ Quem acompanha o blogue, já leu muitas vezes eu dizer que "a maternidade é a viagem mais alucinante e desafiante e, ao mesmo tempo, a mais recompensadora, da nossa vida".
O que eu ainda não desabafei convosco, e que me tenho apercebido que é comum a tantas nós (pelas mensagens e e-mails que recebo), é o medo de falhar: falhar enquanto mães; e falhar enquanto mulheres...
Senti a necessidade de escrever este post não só para acalmar o meu coração de mãe, mas também para que saibam(os) que não estão(estamos) sozinhas.

Como mães (e mulheres, que nunca nos esqueçamos disso!) temos à nossa alçada, muitas tarefas; obrigações; preocupações; medos; compromissos; responsabilidades... Nada mais natural, portanto, que o Curriculum Vitae de Mãe tenha "experiência em medo de falhar". A "pressão" que a sociedade "impõe" às mulheres e às mães é tão grande, que, a uma dada altura, sentimo-nos como se carregassemos o "peso do mundo" às costas, recheado de receio de falhar...

Sim, há dias em que não tenho tempo de fazer sopa para a Mariana e compro já feita, que não dou banho por falta de tempo e só toma no dia seguinte, em que a roupa não está passada a horas, nem a casa imaculadamente limpa; momentos em que perco a paciência e "fujo" para o WC só para poder ter um minuto sozinha, em que respiro fundo e digo umas quantas asneiras "para dentro" para "sobreviver" a uma birra", em que deixo a Mariana brincar no tablet para conseguir ver o telejornal sossegada; fases em que choro porque me sinto sozinha, em que me dói o coração pela falta de tempo para poder brincar com a minha filha, em que gostava que os horários do maridão fossem "normais", em que ambicionava ser mais corajosa...
Imagino que vos aconteça o mesmo, não é?

Nessas alturas, lembremo-nos do seguinte: nem no nosso pior dia, quando a comida se queimou; a desarrumação da casa atingiu "níveis críticos"; nós não nos reconhecemos no espelho; em que perdemos a paciência com os baixinhos; e tudo teve "um gosto" amargo... Nem nesse dia desistimos de ser mães. Nem assim, nos passou sequer pela cabeça largar tudo e deixar de dar o melhor pela nossa família. Por isso, não, não falhamos. Um dia mau não faz de nós péssimas mães, nem nos transforma em pessoas piores. Afastemos estas ideias das nossas cabeças (e dos nossos corações!).

Somos as melhores mães que os nossos filhos podem ter, com os nossos defeitos e problemas. Deixemo-nos de tentar fazer tudo de uma vez: porque nós não conseguimos. Façamos pouco de cada vez. O resto fica para amanhã. Um dia de cada vez... Sejamos apenas "aquela mãe" que queremos que os nossos filhos recordem.

Porque, no fundo, ser Mãe é isso mesmo: tentar ser e fazer o melhor.. mas ser humana também. E os humanos (infelizmente) erram e vão falhar. A vida, é mesmo assim...
A conclusão a que chego é a seguinte: porque é que fazemos "isto" a nós mesmos? Porque nos menosprezamos tanto e achamos que não somos capazes? Porque é que "ligamos" tanto ao que o nosso cérebro diz, ao invés de  seguirmos o instinto do que nos vai no coração?... Porque é que temos tanto medo de falhar?...
Acho que ser mãe é isto: viver cheia de medos. A forma como lidamos com "eles" é que faz toda a diferença.

E vocês também têm medos? Ou já aprenderam a lidar com eles? Sintam-se à vontade para partilhar; "sou toda ouvidos", como de costume. 

Até ao próximo post!

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