segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

"Os filhos não são moedas de troca"

#@ Este título é um pouco duro, sim eu sei. Mas, após testemunhar algumas situações que me deixaram "fora de mim", senti que tinha a "obrigação" de escrever sobre este tema, talvez já muito "falado", confesso, mas senão o fizesse, não estaria a ser eu mesma, e quem me segue já sabe que escrevo para desabafar e aliviar o que trago no peito, independentemente de ser ou não cor-de-rosa. (E são mais as vezes em que não é...).

Infelizmente, existe a ideia (errada, na minha opinião), de que um filho pode salvar uma relação em crise, e trazer sintonia ao casal. Não concordo. Acredito sim que um filho une ainda mais um casal em harmonia e que se ama, mas não vem, de todo, solucionar os problemas e conflitos dos seus pais. Vou ainda mais longe: um filho pode até contribuir para o fim de relações que já estão "mal", digamos assim.
Não me interpretem mal: um filho traz a maior alegria e amor ao mundo dos pais; é a maior benção e riqueza que podemos ter, mas se esse "mundo" já está "em conflito", não será um filho a resolver. 

Existe, muitas vezes, a esperança, (e falo por situações que presenciei e conheci) de que a gravidez incute nos homens um sentimento imediato de paternidade, responsabilidade e maturidade. Só que, às vezes (muitas!), não funciona assim. E o mesmo acontece com as mulheres. 

Um bebé muda completamente a nossa vida. Uma volta de 180º. Deixamos de estar focados em nós (enquanto indíviduos e casal), para nos focarmos no nosso filho. E fazêmo-lo com o maior amor e dedicação, sem hesitar, no entanto, isso implica, que "muitas outras" coisas fiquem em segundo plano, esquecidas, sem tempo para serem feitas...
Todavia, paralelamente, trazem consigo mudança, e mudança a uma velocidade vertiginosa a que não estamos de todo habituados, nem preparados...

Exaustão, cansaço, privação de sono, preocupações sem fim, dedicação total ao novo ser… Tudo faz parte desta "condição", que inunda a nossa vida de amor incondicional. Para o casal, senão houver compreensão, companheirismo e o "caminhar na mesma direção", tendo em mente (e no coração) o que os fez estar "ali", juntos, até então, é muito simples tudo "desabar".
As nossas prioridades, hábitos, roupas, estilo de vida, escolhas de diversão, e até mesmo o sexo, mudam, e isso não precisa ser necessariamente mau; requer sim grande capacidade de adaptação e companheirismo.
Vamos ser sinceros: a maior parte de nós (senão todos) passamos por uma fase assim. Confirmam?

"Tudo isto" que referi acima me parece normal, natural que aconteça. O que não consigo entender é que quando um casal decide separar-se, os filhos sejam "usados" como "arma de arremesso; como "moeda de troca"; como "motivo de chantagem" emocional. Custa-me imenso sempre que presencio/oiço cenas destas, porque não consigo entender. E quem o faz são mães e pais, atenção, não só os pais. Muitas vezes as mães. 

Acredito que doa e custe quando uma relação termine, Não ponho isso em causa. Creio até que muitos de nós vamos "parar ao fundo do poço". Mas os nossos filhos não podem "pagar por isso". Nada de os usarmos em joguinhos, "diz que disse" ou guerras. Temos de ser capazes de nos reerguermos e chegarmos a uma relação de cordialidade com o nosso "ex". Pelos nossos filhos. Por nós. Para eles. Para nós. 
Caso contrário quem mais sofre serão eles. Que são quem mais importa. Quem não tem culpa...

Com a chegada da Mariana, tudo mudou cá em casa também (no nosso caso para melhor, é certo), mas não deixou (nem deixa) de exigir muito sacrifício; compreensão; trabalho em equipa e, sobretudo, muito amor e dinâmica familiar 💖. Se tudo muda para melhor ou pior, vai depender de nós, enquanto pessoas.
No entanto, na minha opinião, um filho não salva um relacionamento. O que o salva (e mantém) é o amor. Ao passo que o amor pelos filhos não acaba (nunca); o amor pelo nosso parceiro(a) pode acabar. Portanto, se perdermos o nosso lugar na vida um do outro, um filho não devolve "esse lugar"... Nem deve, tão pouco, ser "usado" como moeda de troca. 
Pensemos todos nisto, enquanto pais. E mudemos enquanto é tempo.
Qual a vossa opinião: os filhos salvam relacionamentos? Ou juntam os casais unidos e afastam os que estão em "crise"? 
Também conhecem casais que "usam" os filhos como moedas de troca? Já alguém passou por isso e quer partilhar a sua opinião?
Desabafar é bom, e "sabem que "sou toda ouvidos".

Espero-vos no próximo post 😊!

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@Mamã do @Bazar @#

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