sexta-feira, 16 de novembro de 2018

"Depois de teres sido mãe ficaste tão desleixada!"

#@ Que "frase" tão bonita de se ouvir, não acham? Sobretudo, depois de um dia de trabalho cansativo, em que acordaste cedo, foste trabalhar, saíste a correr para ir buscar a filha, passaste em casa a arrumar meia dúzia de coisas, vais buscar a filha ao transporte da escola, dás banho e preparas o jantar, jantam enquanto planeias a rotina do dia seguinte, e consegues, finalmente, sentar um pouco por volta das 20h45, a "vegetar" aqueles quinze minutos, porque o teu marido só deve chegar por volta das 21h....

Sim, eu li essa frase. Euzinha. Sónia Almeida. No meu smartphone. Ninguém me contou; ninguém partilhou; não foi na novela, nem num programa de rádio; nem na revista ou no jornal. Fui eu que recebi; enviada para mim; dirigida a mim; para mim; sem "dó nem piedade"; sem estar à espera...

E o porquê desse comentário? Porque disse que não sabia quando iria ter disponibilidade para combinar um jantar. A resposta não se fez tardar: "desde que foste mãe estás um pouco desleixada. Secalhar tens de te organizar melhor... " Tive de me controlar para não ligar de volta e dizer aquilo que me apetecia, aos gritos, refira-se... Acho, verdadeiramente, que as pessoas não entendem a falta de tempo e disponibilidade; que não conseguem perceber que não é má vontade ou desconsideração por elas. Simplesmente não tenho tempo; não consigo chegar a todo o lado...

Pois é, "shame on me", por não conseguir marcar presença, em algo tão simples como um jantar... "Desculpem lá" por trabalhar em horários trocados aos do marido durante a semana; passar 12 horas fora de casa de segunda a sexta-feira; por não ter pais e sogros por perto para poderem ajudar; por querer aproveitar os fins de semana de quinze em quinze dias em que estamos os três, e fazer coisas em família; por não ter onde deixar a Mariana para ir a "estes jantares"; e por não a poder levar comigo porque é "ladies night"... Yep, desculpem lá por isso.

Há muitas coisas que envolvem ser mãe. Não é só o nascimento de um filho. É também o nascimento de uma mãe; de uma nova mulher; de um novo "eu". E temos de nos adaptar... Ás vezes, demoramos a perceber que deixamos de ser apenas uma pessoa; passamos a ter o coração fora do corpo, e temos a sensação de nos "perdermos"  um pouco... De perder a identididade...
Por isso, sinceramente, este tipo de comentário, chateia, irrita, chega a "dar raiva" mesmo. Mais compreensão, sim?...

E hoje é só isto. Desculpem o texto "curto, grosso e zangado", mas tinha de desabafar. Porque há coisas que, sinceramente, me tiram mesmo do sério. Alguém se quer juntar a mim e desabafar? Sintam-se à vontade.

Até ao próximo desabafo!

Nota: o Facebook mudou o algoritmo; vão ver mais posts dos vossos amigos e menos de páginas onde deixaram o vosso like. Querem saber quando há publicações nossas e estar sempre a par das novidades? Então na página de facebook do blogue, clicam onde diz “A Seguir” e selecionam "Ver Primeiro".
Sigam-nos ainda no Instagram aqui e no blogspot também conto convosco - vão à página inicial aqui do blogue; no canto superior direito clicam "seguir" e já está 😊.

@Mamã do @Bazar @#

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

"Refeições em Família III: requinte, alegria e boa mesa é no Rodízio do Gelo"

#@ Sejam bem vindos ao terceiro texto do nosso cantinho "Refeições em Família", no qual vos dou a conhecer um pouco mais dos nossos lugares preferidos para pequenos-almoços, brunchs, almoços, jantares, lanches, ceias, snacks em família (seja a dois, três ou vinte)!
Desta vez houve uma demora na nossa sugestão, porque em tempo de férias, "afastei-me" um pouco, para me dedicar a "outros voos" 💗.

A dica de hoje recaí no recém inaugurado Rodízio do Gelo (depois de fechado para obras, sendo que a data de abertura original foi em 2008), localizado no conhecido e super popular Palácio do Gelo, espaço comercial em Viseu, que se destaca pela sua arquitetura moderna, luz natural e decoração de requinte, além do famoso Bar do Gelo e pista do gelo.

O restaurante reabriu ao público no passado mês de Julho, e tem capacidade para 120 pessoas, sendo que a ementa é composta, essencialmente, por carnes grelhadas e buffet de saladas. Na nossa visita, notamos que o espaço estava repleto de famílias, mas também por pessoas de negócios, num ambiente tranquilo, com vista panorâmica de longo alcance para as serras da Estrela e do Caramulo, bem como toda a paisagem envolvente da região.

O preço médio é de 15-20 euros por refeição, sendo que os pratos mais apreciados são o Rodízio à Brasileira, o Frango da Guia e o bife de alcatra. Para quem prefere pratos de peixe, a sugestão recaí no bacalhau grelhado ou na espetada de filet mignon.

Nós optamos por almoço de domingo a três, seguido de passeio no palácio (aproveitei para algumas "comprinhas" 😜!) e, para finalizar, um gelado, sentados na esplanada do Rossio da cidade. Assim um programa "top", como diria uma amiga minha, que muito gosto.

Deixo-vos as fotos das nossas escolhas, bem como algumas do Rodízio do Gelo, para que vejam mais um bocadinho deste espaço:
 
Onde andam os seguidores de Viseu? Quem já experimentou? Qual a vossa opinião? Nós recomendamos; gostamos muito do ambiente, pessoas e da refeição. Seja em passeio, almoço de domingo, comemoração de ocasiões especiais ou em trabalho, recomendamos ☺. E deixo a dica: o melhor é mesmo reservar, pois está sempre cheio 😊.
Que vos parece a sugestão 😉? Curiosos para conhecer? "Contem-me" tudo; "sou toda ouvidos"!

Até à próxima "refeição" 😁!

Nota: o Facebook mudou o algoritmo; vão ver mais posts dos vossos amigos e menos de páginas onde deixaram o vosso like. Querem saber quando há publicações nossas e estar sempre a par das novidades? Então na página de facebook do blogue, clicam onde diz “A Seguir” e selecionam "Ver Primeiro".
Sigam-nos ainda no Instagram aqui e no blogspot também conto convosco - vão à página inicial aqui do blogue; no canto superior direito clicam "seguir" e já está 😊.

@Mamã do @Bazar @#

domingo, 11 de novembro de 2018

"Quando chegas ao limite, tens de te afastar"

#@ Acho que, a dada altura, acontece a todos os pais e mães do mundo: o chegar ao limite; o sentir-se cansado e sem energia; com a impaciência no auge; e a tolerância no minímo. E nessa altura, o melhor a fazer é, sem sombras de dúvida, afastarmo-nos...

O "incidente", vamos chamar-lhe assim, aconteceu esta semana: depois de alguns dias a dormir mal e acordar cedo; de horas a fio a trabalhar, em frente ao computador; e de refeições comidas a correr, porque o tempo não chega para tudo, estava exausta. Completamente exausta. 

Ora, após o jantar, e depois de termos estado a brincar (e com o pai a fazer noite), chamei a Mariana para ir lavar os dentes e vestir o pijama. Chamei uma, chamei duas, chamei três vezes, enquanto a esperava na casa-de-banho, e nada; a senhora minha filha, resolveu ignorar totalmente a mãe...
Quando dei por mim, já estava: 
"M-A-R-I-A-N-A anda cá imediatamente! Não gozes comigo!", gritei eu, a plenos pulmões, de olhos esbugalhados, completamente fora de mim, libertando a frustração e cansaço acumulados.

Não demorou nem dois segundos, a ter junto a mim, "uma Mariana" chorosa, supreendida, magoada e estupefata, perante a minha reação. Foi para o quarto, sem dizer palavra alguma, despiu a roupa sozinha, vestiu o pijama e veio até á casa-de-banho fazer chichi e lavar os dentes.

Quando estávamos a ir para o quarto dela, para ler a história e aconchegar, diz-me: 
"Mamã, estou muito triste. Tu gritaste comigo. E eu não fiz nada de mal mamã. Não vim logo porque estava a arrumar os brinquedos para tu ficares feliz, porque eu vejo que tens essa cara triste e cansada, e eu só queria ajudar. Não foste nada minha amiga, não...", e deitou a cabeça na almofada.
Se já me sentia mal com a minha reação, fiquei ainda a sentir-me pior 😓. Tinha o coração do tamanho de uma migalha...

Abracei-a bem forte e demos muitos beijinhos e abraços antes de apagar a luz para ela dormir. Escusado será dizer que, depois de me deitar, no escuro, adormeci a chorar, a sentir-me uma péssima mãe, e um mau exemplo para a minha filha. Não devia ter perdido a calma. Não podia. Tentei convencer-me que sou real, imperfeita, humana, e que todos erramos,...
Mas, o sentimento de culpa, ai esse, carrego-o no coração como um punhal espetado, bem lá no fundo...

Se mais alguma vez "chegar a este ponto de ebuliação", digamos assim, prometi a mim mesma, que vou à janela; conto até dez (ou cem ou mil); respiro fundo, e só quando me sentir "minimamente restabelecida", volto para junto da Mariana.

Já vos aconteceu algo do género? Como se sentiram depois? Não me julguem; sou apenas uma mãe a desabafar. E as mães reais não são perfeitas; são tão apenas mães, a dar o melhor de si, sem pós de fada ou arco-irís mágicos...
Quem se quer juntar a mim e desabafar? Os vossos testemunhos são bem vindos, e eu, "sou toda ouvidos". Hoje e sempre.

Conto convosco no próximo post.

Nota: o Facebook mudou o algoritmo; vão ver mais posts dos vossos amigos e menos de páginas onde deixaram o vosso like. Querem saber quando há publicações nossas e estar sempre a par das novidades? Então na página de facebook do blogue, clicam onde diz “A Seguir” e selecionam "Ver Primeiro".
Sigam-nos ainda no Instagram aqui e no blogspot também conto convosco - vão à página inicial aqui do blogue; no canto superior direito clicam "seguir" e já está 😊.

@Mamã do @Bazar @#

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

"Testemunhos de Mães Reais: "Não existe um manual que nos prepare para ter um filho com uma mutação genética rara. São os nossos instintos e o nosso amor que nos guiam"

#@ São muitos os contatos que recebo através da página de facebook do blogue com testemunhos; desabafos; palavras de incentivo e de carinho; e partilha de experiências de quem nos segue. Algumas destas partilhas são verdadeiras histórias inspiradoras; testemunhos reais, que nos dão a conhecer a verdade nua e crua da vida de uma mãe, sem "pós de fada" ou arco-íris cor-de-rosa. 

Tenho aprendido muito com estas histórias; motivam-me, incentivam-me verdadeiramente a ter vontade de ser mais e melhor. Por isso, decidi partilhá-las convosco, com a autorização de quem mas envia, para que saibam que não estão sozinhas, e para que tenham um pouco mais de inspiração nas vossas vidas (que às vezes faz tanta falta!)...
Assim nasce este novo espaço: Testemunhos de Mães Reais, da autoria de Mães Reais, para Mães Reais. Perfeitamente Imperfeitas. Guerreiras. Cheias de amor para dar.

Depois do Testemunho da Mãe Real Andreia, que venceu o cancro, partilho convosco o segundo Testemunho, o da Mãe Real Tânia, que luta todos os dias para dar o melhor de si, ao que tem de melhor - o Gonçalo. Conheçam um pouco mais do Mundo do Gonçalinho, um princípe guerreiro, que vos vai inspirar a todos 💖.

"Nada nos prepara para um filho com problemas de saúde. Para um filho com uma mutação genética rara não existe um manual - os nossos instintos acabam por nos guiar.

A nossa história começou no dia 1 de Julho de 2017. Lembro-me bem desse dia: era sábado, estava sol, calor agradável, eu tinha tido imensas contrações nos dias anteriores e, como tal, estava cansada. Tinha já levado as injecções para a maturação dos pulmões porque o Gonçalinho já tinha ameaçado nascer. Fomos ter com a minha obstetra, e quando lá cheguei já tinha 4cm de dilatação. Depois de um parto complicado, acabamos por ter de ir para uma cesariana de emergência. Menos de 24h depois de ter nascido, o Gonçalo foi internado na NEO, na incubadora, devido a uma serie de problemas. Só tivemos alta 1 semana depois. Era um bebé muito "molinho" (depois vim a aprender que isso era ser hipotónico). Não passei mais de 1h sem chorar nessa semana. Eu, que não sou pessoa de chorar...

Durante o primeiro mês de vida fez diversos exames para determinar o porquê de estar assim. Perdi a conta à quantidade de vezes que foi picado ou analisado por máquinas. Não se chegou a nenhuma conclusão. Em perspectiva, aquele primeiro mês não foi nada. Agora com 16 meses temos um dossier enorme só para exames, análises e relatórios. Ainda com 1 mês foi encaminhado para fisiatria e pouco depois começou a fazer fisioterapia. Sim, um bebé de um mês a fazer fisioterapia. Nesta altura estavamos completamente em negação. Foram-nos prescritas 15 sessões e nós pensávamos "são só 15 e depois fica bem". Posso-vos dizer que ainda faz fisioterapia diariamente. 

Aos 3 meses começou a ser seguido em genética e começaram-se a juntar mais especialidades médicas aos poucos. Começaram-se a fazer exames mais a fundo. A mudança na nossa atitude de negação chegou por volta dos 4/5 meses quando uma médica nos disse que tinhamos de chamar as coisas pelos nomes: o nosso filho tinha uma deficiência motora. Nessa altura já sabiamos que ele era hipotónico e que tinha hipermobilidade, entre outros problemas. Entretanto descobrimos que o Gonçalo fazia anafilaxia ao leite, ao que se juntou o ovo e a soja. Ver um filho fazer um choque anafilático é uma coisa que doi na alma. Vê-lo fazer reacção porque apenas tocou num alergeno ou o inalou é revoltante.

Aos poucos juntaram-se a terapia ocupacional e a terapia da fala. A primeira fractura visível veio aos 9 meses (agora, em retrospectiva, suspeita-se que já tivesse feito outra no nascimento), já nós tínhamos feito o WES, um dos exames mais minuciosos a nível de genética, mas ainda não tinhamos recebido o resultado. 

O diagnóstico oficial veio poucos dias antes do Gonçalo fazer 1 ano: uma mutação genética rara num gene ligado ao colagénio (só existem mais 2 casos, para além do Gonçalo, registados no mundo). Esta mutação provoca uma sobreposição de dois sindromes: Osteogenese Imperfeita e Sindrome de Ehlers-Danlos. Pouco depois fez nova fractura, aos 13 meses.

Esta mutação faz com o Gonçalo tenha fracturas muito facilmente. A última fractura aconteceu porque ele se desequilibrou quando estava sentado e caiu para trás. Não bateu em nenhum lado, nem sequer caiu no chão (nós apanhamos o Gonçalo antes disso) mas foi o suficiente. Faz também com ele seja hipotónico e hipermóvel, ou seja, os musculos não têm tensão (imaginem dois esparguetes cozidos a tentar caminhar) e as articulações saem do sitio muito facilmente (o que provoca luxuações e entorses frequentes). Tudo o que necessite colagénio está afectado - respiração, deglutição, desenvolvimento motor, olhos, vasos sanguineos, orgãos, ligamentos, etc, etc, etc... A lista é enorme, porque o colagénio está em praticamente tudo.

Neste momento, com 16 meses, o Gonçalinho tem hipotonia, hipermobilidade, fragilidade óssea, alergias severas (anafilaxia), apneias de sono e dificuldades sensoriais (deglutição). Faz fisioterapia todos os dias, faz terapia ocupacional 3x por semana e terapia da fala 1x por semana. Faz diversos exames e consultas por mês, sendo seguido por 15 especialidades. O nosso dia a dia é passado em hospitais e clinicas. 

O que o nosso bebé tem, não tem cura. Batalhamos todos os dias para que tenha uma vida o mais normal possível mas terá sempre limitações. Coisas que os bebés da idade dele fazem a nível motor sem esforço, para ele é uma tarefa monumental. Tem dores ósseas e musculares constantes. Nós temos de estar constantemente ao lado dele, porque o risco de fracturas é enorme. Tudo o que come tem de ser vigiado. No entanto, cognitivamente é um bebé tipico e está sempre bem disposto, sempre a sorrir, sempre pronto para brincar e aprender. Tem uma força imensa.
É essa força que nos permite a nós também continuar, com optimismo. 

Durante esta batalha apercebi-me que ainda existe muita falta de apoios para crianças com deficiências e para os respectivos pais/cuidadores. Apoio psicológico não existe, apoios monetários estão pouco divulgados (e os que existem muitas vezes não chegam sequer para 1 semana de tratamentos) e falta muita informação sobre o que é ter uma deficiência, como proceder, como é o dia-a-dia. Passei muitas horas a pesquisar sobre os problemas do Gonçalo e de outros meninos, ao ponto de já me terem perguntado mais do que uma vez em consultas se era médica. Decidi divulgar esse conhecimento para ajudar outros pais em situações semelhantes na página do Mundo do Gonçalinho (www.facebook.com/mundogoncalinho). 

No meio disto tudo, o importante é a felicidade do Gonçalo, e sem dúvida que ele é um bebé feliz. Tudo o resto virá por acréscimo. "

Texto da autoria de Tânia Vargas.

Caso queiram partilhar a vossa história, sintam-se à vontade para me contatar via e-mail: bloguedamamdobazar@gmail.com ou através de mensagem privada na página de facebook do blogue. Caso entendam manter o anonimato, o mesmo será respeitado. 

Lembrem-se sempre: "não tenham medo de partilhar a vossa história, pois não sabem quem poderão estar a ajudar/inspirar".

Até ao próximo Testemunho.

Nota: o Facebook mudou o algoritmo; vão ver mais posts dos vossos amigos e menos de páginas onde deixaram o vosso like. Querem saber quando há publicações nossas e estar sempre a par das novidades? Então na página de facebook do blogue, clicam onde diz “A Seguir” e selecionam "Ver Primeiro".
Sigam-nos ainda no Instagram aqui e no blogspot também conto convosco - vão à página inicial aqui do blogue; no canto superior direito clicam "seguir" e já está 😊.


@Mamã do @Bazar @#

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

"A rotina é, ou não, "amiga" das mães?!? "

#@ Antes de ser mãe, era muito atenta a detalhes, arrumações, pormenores e limpeza extrema (sim, admito que era "aquele tipo de pessoa" que não podia ver uma migalha no chão ou as almofadas do sofá desalinhadas, e tinha o meu roupeiro organizado por cores - vá, não vale gozar 😋!). 
Não quer dizer que já não o seja, mas, tive de aprender a "controlar estes meus impulsos de Miss Fada do Lar", e relativizar, dando prioridade, sempre, à Mariana (e olhem que não foi fácil! - Os "maníacos por limpeza" vão entender).

Uma das coisas que eu e o "senhor cá de casa" mais gostávamos era de espontaneidade. Devido aos horários trocados, quando ele estava de folga, gostávamos de sair, jantar fora, ir ao cinema, passear sem destino e sem grandes planos, sem nos preocuparmos minimamente com horários, mesmo que no outro dia fossemos trabalhar. 
Por isso, quando ouvia a "história" de que a rotina era importante, uma vez que fossemos pais, desvalorizei um pouco; aliás, achei até que era exagerado tanto alarido em torno de uma "palavrinha"... Ai, como não podia estar mais enganada - yep, mais uma "daquelas vezes" em que tive de "morder a língua". 

Depois de ter sido mãe, tudo mudou. Sem família perto, com um marido com horários trocados aos meus, e a morar a 40 km do trabalho (sendo que "perco" duas horas por dia em transportes), depressa percebi que a espontaneidade iria ter de ser levada com "mais calma" e passar a ser substituída por muita rotina :P.

De fato, para que tudo "funcione minimamente" (e há dias muito loucos cá em casa, vos garanto - valha-nos sempre a boa disposição 😄!), há muito planeamento de refeições, roupas e horários para levar e buscar; rotinas para dormir (a ter de acordar a Mariana às seis da manhã, vários dias por semana, tem de se deitar cedo para descansar); correrias para levar e buscar a horas (sempre com a CP a desajudar...); refeições que a mãe salta para poder brincar com os puzzles; banhos relâmpagos da mãe, para que possa ler duas histórias; tempo para brincar antes de dormir (nem que seja quinze minutos!); e, acima de tudo, muita compreensão, respeito e amor entre o casal, o que nem sempre é fácil com poucas horas de sono e muitas de cansaço acumulado (yep, também ficamos rabugentos (muito!) às vezes!).

Tenho de admitir, que, no nosso caso, sem rotina seria muito díficil, por isso perdoem-me os "que dizem" que a rotina não é de todo importante, ou que não têm rituais de rotina, mas pcá por casa, a rotina é uma das melhores amigas. Só lhe damos "folga" aos fins de semana, férias e feriados 😉. Mas admiro imenso quem consegue viver sem ela.

Como é convosco? A rotina faz parte do vosso dia a dia, ou vão levando uma dia de cada vez? Como se organizam durante a semana? Para quem tem companheiros/companheiras de vida a trabalhar por turnos, como gerem as noites e dias com refeições, levares à escola e tempo para brincar com os baixinhos/baixinhas? Sintam-se à vontade para partilhar; além de "ser toda ouvidos", aprendemos com as experiências e troca de ideias, por isso, as vossas são bem vindas. Sempre.

Espero-vos no próximo post!

Nota: o Facebook mudou o algoritmo; vão ver mais posts dos vossos amigos e menos de páginas onde deixaram o vosso like. Querem saber quando há publicações nossas e estar sempre a par das novidades? Então na página de facebook do blogue, clicam onde diz “A Seguir” e selecionam "Ver Primeiro".
Sigam-nos ainda no Instagram aqui e no blogspot também conto convosco - vão à página inicial aqui do blogue; no canto superior direito clicam "seguir" e já está 😊.

@Mamã do @Bazar @#

sábado, 3 de novembro de 2018

"Mamã, sabes uma coisa? O mano vai chegar depois de beberes este copo de água!"

#@ Pois é, parece que fazer/ter um bebé é simples assim. Pelo menos aos olhos da Mariana... Confusos?!? Calma! Eu explico tudo 😋.

Como já partilhei convosco em vários posts (podem ler aqui, aqui e aqui), há algum tempo que a Mariana pede um mano, e a verdade é que em certas alturas, também queremos fazer-lhe a vontade, mas sem família perto e com horários trocados, e alguns receios e anseios da minha parte, o medo vem, muitas vezes, sobrepôr-se ao que desejamos... Mas isso é assunto para outro post...

Ora, um destes dias, antes do jantar, a Mariana veio ter comigo à cozinha e pediu-me um copo de água pois, supostamente, estaria cheia de sede.
Quando lhe dou o copo de água para a mão, diz-me:
"Não mamã, o copo de água não é para mim. É para ti. Ou, melhor dizendo, para eu dar ao papá, quando ele chegar, e depois ele dar a ti."

"A mim filha? Mas eu não tenho sede. E se tiver, bebo quando me apetecer, não preciso de esperar que o pai venha."

"Não mamã, não estás a perceber. O pai tem de te dar o copo de água para tu beberes e depois plim, vai chegar o mano que eu vos estou sempre a pedir."

Arregalei os olhos e devo ter feito uma cara de tal maneira assustadora, que a Mariana não parava de olhar para mim...

"O quê filha? Explica melhor. Estás a deixar a mãe confusa."

"Então mamã, não é nada complicado. Ora escuta com atenção: o papá dá-te o copo de água que tem uma sementinha que ele vai trazer; depois tu bebes tudo muito devagarinho; depois vai tudo para a tua barriga e fica lá; e depois, passado muito, muito, muito, muito tempo, a barriga cresce porque tem um bebé lá dentro, que é o mano que eu peço. E pronto mamã, é assim que nascem os bebés. O professor Luís contou-nos. Não me digas que não sabias?!? Então e eu, não nasci, ora?"

Perante tal explicação tão detalhada, não sabia se devia rir ou chorar... Tive de fazer um esforço enorme para conter o riso, pois ela estava tão convita do que disse, que não a queria entristecer. Apenas consegui balbuciar um: "hmm, está bem. O copo fica aqui há espera do pai".
E ela dirigiu-se para a sala.

Escusado será dizer que, oficialmente, a semana passada, contei à Mariana como nasciam os bebés. Se dúvidas houvessem, naquelo momento dissiparam-se: estava na altura de "ter a conversa".
E devo dizer-vos que correu tudo bem 😄. É impressionante como os nossos filhos nos surpreendem sempre com a sua capacidade de lidar com as situações e de "encaixar as coisas".

Como correu aí em casa a "conversa dos bebés"? Já chegou essa fase ou ainda não? Como contaram aos vossos filhos? Vamos lá a partilhar. Já sabem que "sou toda ouvidos", como sempre.

Até ao próximo post!

Nota: o Facebook mudou o algoritmo; vão ver mais posts dos vossos amigos e menos de páginas onde deixaram o vosso like. Querem saber quando há publicações nossas e estar sempre a par das novidades? Então na página de facebook do blogue, clicam onde diz “A Seguir” e selecionam "Ver Primeiro".
Sigam-nos ainda no Instagram aqui e no blogspot também conto convosco - vão à página inicial aqui do blogue; no canto superior direito clicam "seguir" e já está 😊.

@Mamã do @Bazar @#

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

"Tenho medo de engravidar..."

#@ Sim, é verdade. Muitos de vocês, que me acompanham diariamente, podem achar estranha ou descabida esta afirmação. Alguns poderão até ficar ficar confusos, mas foi o que senti quando decidimos que estava na altura de sermos pais; de aumentar a nossa família; de gerar e dar vida... Já vos explico porquê...

Sempre fui uma pessoa saudável, tirando as constantes amigdalites (que se resolveram com a retirada das amigdalas e endireitar o septo nasal, em Fevereiro de 2017) e as normalísismas doenças da infância. No entanto, pairava sobre mim uma nuvem negra, digamos assim, um medo que tentava disfarçar e esconder; até mesmo "esquecer", e que se manteve "adormecido" até surgir a decisão de ser mãe...

Não é um assunto fácil para mim, mas como vos digo sempre, escrever alivia-me a alma e ajuda a "descarregar" o que trago cá dentro; é como se tirasse "um peso" do peito e ficasse com um alívio imenso no coração. Por isso, tomei a decisão de partilhar convosco a nossa história (minha e dos meus pais), para que o exemplo de força dos meus pais, sirva um pouco de motivação a todos os casais que sofrem a perda de um filho.

Desde que casaram, os meus pais sempre sentiram a vontade de aumentar a família: "pelo menos dois", diziam ambos (cada um com cinco irmãos, percebe-se bem o porquê). Portanto, foi com grande alegria, que receberam a boa nova da primeira gravidez da minha mãe, uma menina, muito desejada e amada, desde o primeiro instante.
A gravidez não foi fácil, altos e baixos, muitos sustos, várias ameaças de aborto, mas correu tudo bem, até a altura do parto. Houve inúmeras complicações, e a bebé acabou por falecer no primeiro mês de vida. E aqui se iniciaria o pesadelo dos meus pais...

Não vou entrar em muitos detalhes, porque é algo demasiado doloroso e da privacidade dos meus queridos pais, mas posso dizer-vos que foram cinco perdas gestacionais; cinco bebés estrelinhas no céu (dos quais dois foi feito funeral); cinco irmãos que não conheci; cinco dores profundas (cujas cicratizes de duas cesarianas (sem contar com a minha)) relembram a minha mãe, cada vez que se olha no espelho; cinco facadas no coração dos meus pais; cinco dores inimagináveis que viveram e ultrapassaram juntos...

Sim, eu sou a sexta gravidez da minha mãe, após anos de dor e sofrimento, quando já tinham desistido de acreditar, quando já tinham medo de tentar, quando os médicos diziam que era loucura passar por tudo novamente. A minha mãe não desistiu. Sacrificou-se. Acreditou. Lutou. Foi uma verdadeira força da natureza. A minha heroína. O amor incondicional que sempre me embalou e carregou no colo. Presente, mesmo estando distante fisicamente. E hoje, aqui estou eu, também mãe, a amar ainda mais a minha mãe e a admirá-la. A ansiar que ela faça parte da nossa vida por muitos anos.

E o meu pai, um Verdadeiro Pai. Presente. Amigo. Cúmplice. A amar. A cuidar. A proteger. A nunca deixar de acreditar. A ter fé, sempre, mesmo quando tudo apontava para o impossível. A carregar a minha mãe no colo, quando as pernas estavam cansadas demais para andar. Um verdadeiro herói. O meu herói. O meu pai.

E agora voltamos ao título deste post, o medo de engravidar... Que eu sentia por tudo o que sei que os meus pais passaram. Que o meu obstetra dizia que não era hereditário. Que o marido garantia que ia correr bem. Que os meus pais me tranquilizavam com palavras de carinho. Sim, eu sabia de tudo isto, racionalmente, mas emocionalmente, a história era outra... E o medo, manteve-se até final da gravidez (embora tenha tudo corrido bem, felizmente); esse medo que me acompanha e também me faz hesitar em avançar para um segundo filho (entre outros que partilhei convosco)...

Não foi fácil falar/escrever sobre esta dor. Mas fi-lo porque espero que ajude e motive todas as mães que passaram pelo mesmo. Para que saibam que não estão sozinhas. Para que nunca desistam. Para que acreditem. Para que a força e o amor nunca vos abandone.
Alguém tem alguma história que queira partilhar/desabafar? Este é o nosso "espaço". E ao desabafarmos e partilharmos os nossos medos, estamos a ajudar-nos💗. Por isso sintam-se à vontade para o fazer.

Temos encontro marcado no próximo post!

Nota: o Facebook mudou o algoritmo; vão ver mais posts dos vossos amigos e menos de páginas onde deixaram o vosso like. Querem saber quando há publicações nossas e estar sempre a par das novidades? Então na página de facebook do blogue, clicam onde diz “A Seguir” e selecionam "Ver Primeiro".
Sigam-nos ainda no Instagram aqui e no blogspot também conto convosco - vão à página inicial aqui do blogue; no canto superior direito clicam "seguir" e já está 😊.

@Mamã do @Bazar @#

"Não gosto do que vejo..."

#@ ... Era a frase que mais dizia para mim mesma quando me olhava no espelho. Não o dizia em voz alta. Calava-o. Guardava-o. Reprimia-o. Diz...