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Antes de ser mãe, eu sonhava (e acreditava!) que seria fácil. Então, ser mãe
dos filhos “dos outros” era facílimo!
Desde que me lembro, sempre senti uma
grande vontade de ser mãe; como se a “maternidade chamasse por mim”. Aliás,
tinha a certeza que teria pelo menos uns cinco filhos (e chego aos quase 34
anos com uma princesa – mas isso seria assunto para outro post...), tal era a
minha vontade...
Sonhei
muitas vezes com os exemplos que ia dar; o que faria e não faria; o que seria
aceite e não aceite; que educação iria dar; quais os limites e escolhas que
iria fazer.
Depois
de ter casado e termos ambos decidido que “estaria na hora” de sermos pais, não
demorei muito tempo a engravidar – ao terceiro mês chegou o tão esperado e
desejado positivo, que encheu a minha (nossa) vida de cor e amor. Em paralelo,
comecei a imaginar que uma “nova Sónia iria nascer”, ao mesmo tempo que a
Mariana. Como estava tão enganada....
Eu
acreditava, sem sombra de dúvidas, que quando a minha filha nascesse, iria
amamentá-la até aos dois anos (pelo menos); respeitaria todas as rotinas, sem
exceção; as refeições seriam recheadas de legumes e comida saudável (doces nop!);
não deixaria que ela gritasse; e birras, certamente não as iria fazer, porque
eu estaria mais do que preparada para saber lidar com “elas” e contornar estes
momentos (sempre que via alguma criança fazer birra, achava que a criança não
tinha culpa; os pais é que não estavam a saber lidar com algo “tão simples”)...
Acreditava
também que o desfralde seria fácil desde que houvesse paciência; que as noites
mal dormidas não podiam afetar-nos tanto quanto se dizia pois certamente não
seriam todas as noites, só algumas (....); e seria capaz de me manter sempre
calma e serena perante as dificuldades que chegassem, uma vez que as mães são a personificação da calma (pelo menos aparentemente!).
Pois...
A Mariana nasceu e eu tive de morder a língua milhentas de vezes de (e continuarei
certamente a morder!)... Nós criamos na nossa mente, a imagem de “mãe perfeita”
que, na realidade não existe. O que “nos vendem” em revistas; blogues (sim na
blogosfera também!); livros; novelas é a figura de “super mãe”: sempre linda e
arranjada; disponível e apresentável; sem olheiras ou falta de paciência; que
não corre para chegar a horas; que tem tempo para comer comida saudável (e
quente!); que anda sempre com um sorriso de orelha a orelha e uma auto estima “lá
no alto”; que tem sempre tudo “controlado”...
Mas,
a verdade, é que não é bem assim, e as nossas expectativas são as nossas piores
inimigas, no momento em que acabamos de ser mães... Por aqui não foi diferente.
Eu
achava que iria ser aquela mãe que sabe exatamente o que fazer, na “hora da
birra". Aquela que acorda feliz, a meio da noite, para amamentar e volta a
adormecer feliz e contente, num piscar de olhos.
Eu
queria ser a mãe que nunca se irrita; que jamais perdia a paciência; que fala
sempre num timbre de voz calmo e meigo; que todos os meses levaria a filha a
uma atividade lúdica para a estimular; que está sempre disposta para largar
tudo e brincar com a filha.
Acreditava
que seria uma mãe (e mulher) linda, fresca e fofa para o marido e para a filha;
que depois da Mariana adormecer, “despiria a capa de super mãe e vestiria a de
super mulher”.
Eu
garanto-vos que queria, e que foi essa a mãe que sonhei ser... Mas, que, admito
não sou!!!
Sou
uma mãe como tantas outras que conheço; uma mãe comum, sem super poderes ou
magia.
Uma
mãe que chora; que tem medo; que fica desesperada quando vê a filha com dor e
não pode fazer nada para ajudar... Sou o tipo de mãe que também perde a
paciência; que não tem resposta para tudo e que às vezes se esquece de
coisas.... Sou a mãe que passa pelas birras no supermercado; que adormecia a
filha ao colo porque a habituou assim; que põe o ruca ou a masha e o urso na
televisão só para ter uns minutos de sossego...
Mas
também sou o tipo de mãe que ri sem parar; que beija e abraça sempre; que diz
amo-te todos os dias; que coloca a filha à frente de tudo (até de si mesma!)
sem hesitar.
Esta
sou eu: Sónia, mãe da Mariana 😉.
Há
dias em que me sinto péssima por achar que estou a falhar na mais importante e
gratificante missão da minha vida. Outros em que me sinto maravilhosa porque
acredito que estou a fazer um excelente trabalho e a “dar” totalmente conta do
recado.
Mas,
querem saber o mais importante? A Mariana recebe todo o meu amor; dedicação e
atenção. Ela é feliz. E eu creio que ela sabe que sou a melhor mãe que
consigo e sei ser, e que estarei ao seu lado “a vida toda” ❤.
Também vos aconteceu imaginarem uma coisa antes de serem mães e depois "a realidade ser bem diferente"? Mais alguém se identifica? Sintam-se à vontade para partilharem comigo (connosco); esta troca de experiências faz bem à alma e "somos todas ouvidos".
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O nosso encontro já está marcado para o próximo post!
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