segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

"As mães nunca morrem, pois não mamã?"

#@ Há medida que os filhos crescem, as perguntas começam a ser cada vez mais difíceis, mais "certeiras", mais complicadas de responder e duras de ouvir... Algumas deixam-nos sem resposta, não porque não a saibamos, mas sim porque a explicação se torna dolorosa, pois não há forma fácil de o dizer ( às vezes dou por mim a pensar: "mentir ou omitir será opção ?!?")...
E, confesso que desta vez fiquei mesmo sem saber como responder... 

Recentemente, partilhei na página de facebook do blogue, que o nosso cãozinho de família - o Torero -, que vivia com os meus pais em Viseu e nos acompanhava há quase 17 anos, morreu. Não foi fácil lidar com esta perda (ainda hoje custa), nem foi fácil explicar à Mariana. Com muita calma e muita coragem, lá consegui dizer que o Torero tinha morrido porque era muito velhinho; que adormeceu e não acordou mais; e que era uma estrelinha no céu a brilhar. Ela reagiu melhor do que eu esperava, e não colocou muitas questões.

Não sei se por esse motivo, numa destas noites a duas, na semana passada, enquanto estávamos sentadas no sofá, enroladas na manta a ver "A Guarda do Leão", perguntou-me, sem rodeios, e com ar de assustada: "Mamã, as mães nunca morrem, não é? Porque os filhos precisam sempre das mães, e como é que nós fazemos se elas não estão?".

Valeu-me estarmos às escuras, para que ela não se apercebesse da minha cara de espanto (e pânico por não saber o que dizer/fazer!). Ainda tentei desviar o assunto com uma frase do género: "olha, o Caion a vencer as hienas mais uma vez! Ele é tão engraçado!", mas não serviu de nada, porque ela insistiu: "Mamã, não vais morrer nunca, pois não?"...

Respirei fundo, e com a maior calma e tranquilidade que consegui, disse-lhe: "Sabes filha, a mãe e o pai ainda são jovens, têm saúde, vão ao médico fazer exames para saber se está tudo bem, comem e dormem bem, por isso não vão morrer tão cedo. Temos muito tempo em família pela frente, para passear, brincar, dar colinho e muitos abraços e brincar muito. A mãe e o pai vão estar sempre aqui a ver-te crescer, a proteger-te e a fazer parte da tua vida, todos os dias. Portanto, não percas tempo a pensar nestas coisas, sim? Pensa em coisas felizes, está bem?"

"Está bem mamã. Se tu o dizes, eu confio em ti". A conversa terminou ali, e ela não perguntou mais nada, para meu alívio 💗.

Os vossos filhos já vos perguntaram algo assim? Como responderam? Se há coisa que me custa é falar deste tema. Sei que devemos desmistificar, mas não me é nada fácil fazê-lo, neste caso. Alguma dica ou conselho que queiram deixar? 
Além das vossas opiniões serem bem vindas, e eu ser empre "toda ouvidos", sabem que ao partilhá-las, poderão estar a ajudar mães e pais que estão a passar pelo mesmo, por isso estejam à vontade <3.

Até à próxima pergunta difícil...

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@Mamã do @Bazar @#

4 comentários:

  1. A minha filha de 6 anos também andou com essas perguntas há cerca de 1 ano, o problema é quando expliquei que ainda eramos novos, ficou logo a pensar nos avós que são mais velhos e que então iam morrer, foi horrível ver a aflição dela, e eu a tentar disfarçar porque também não consigo lidar com a ideia que um dia também vou perder os meus pais. Só de escrever este comentário fiquei de lágrima no olho. Beijinhos. Susana

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    1. Olá Susana
      A Mariana não comentou nem associou os avós. Ainda. Mas quando essa altura chegar não sei se conseguirei lidar ❤

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  2. O meu filho tem 4 anos, e constantemente me pergunta isso, é a resposta que é a mesma que a sua... No entanto ele não se dá por convencido, não há semana que ele não pergunte........
    Beijinho para as 2.

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    1. Só vi agora. E, sete meses depois, a Mariana já não pergunta. Beijinhos <3.

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