domingo, 7 de outubro de 2018

"Filhos doentes sem família perto"

#@ Antes demais, não me interpretem mal. Este post não é, de todo, uma lamentação ou uma queixa, e muito menos um surgir no "papel de coitadinha". Este post é o que é: verdadeiro, sem filtros, a realidade que vivemos na nossa família, um dos desafios que enfrentamos, a nossa vida. Não pretendo ofender ninguém ou fazer-me mais ou menos do que os outros. Simplesmente escrevo-o para desabafar, para me aliviar, para que quem viva o mesmo, saiba que não está sozinho, e que, mesmo que tudo pareça de "pernas para o ar", é possível. Apenas temos de nos ajustar, adaptar, compreender e não complicar.

Sei também que a responsabilidade de tratar, acompanhar, cuidar, estar presente, na vida dos filhos é nossa, pais, e não dos avós. Tenho plena noção disso. Mas também sei que os avós são "pais duas vezes", e que a sua ajuda e cuidado é insubstituível, incomparavél, altruísta e dedicado. E faz falta. Muita. Todos os dias. Várias vezes ao dia. Dezenas de vezes ao mês. Centenas de vezes por ano. 

Quando a Mariana fica doente (agora com menor frequêcia porque está mais crescida ❤), além da preocupação com ela, da tristeza de a ver sofrer e não poder fazer nada (as mães sabem bem o que quero dizer...), e do cuidado constante que eu dou (à conta dos horários do pai, acabo por fazer muitas coisas sozinha!), surge logo o "stress" no ar: "vou ter de faltar ao trabalho"; "será que o marido consegue uma troca e fica ele para nenhum de nós ter de faltar?"; "pode até nem ser nada (uma simples virose!), mas tenho de ir com ela à urgência porque se tiver de faltar onde vou buscar a justificação?". 
Sim, esta é a nossa realidade, sem avós perto. Se estivessem junto de nós, seria, sem dúvida mais fácil nestas alturas (noutras também). Provavelmente não iria de imediato às urgências, pois aguardava para ver a "evolução" e deixaria a Mariana ao cuidado deles, uma vez que não tinha de me preocupar com as faltas; o marido escusava de pedir trocas constantes; a Mariana não precisava de acordar tão cedo e chegar tão tarde; a vida não seria tão cheia de ginástica, planeamento, correrias e horários, sempre horários,..., pois teríamos alguém com quem contar; alguém a quem recorrer;...

E não falo só da ajuda dos avós a cuidar; ir às compras; arrumar a casa e tratar das refeições e da roupa; ficar com ela enquanto vamos trabalhar, tomar banho, dormir um pouco ou, até mesmo, ir à rua espairecer. Falo mesmo da presença física que é tanto precisa. Às vezes, tudo o que me faz falta é um abraço, colo, dois ouvidos que me oiçam e uma boca que me diga que "vai passar", que "tudo vai ficar bem", que "não faz mal estar cansada"...

Há alturas em que dou por mim a pensar que uma grande parte das pessoas que contam com a ajuda dos seus pais ou sogros, para cuidar dos filhos, não entende verdadeiramente o que é "não ter ninguém com quem contar" (ou então esqueceram-se!), pois oiço pérolas como: "eu nunca faltei ao trabalho"; "eu jamais iria logo ao médico"; "não sei porque corres tanto, se te atrasares paciência"; "relaxa, mandas a Mariana para a escola e dás brufen, depois logo se vê."... 
Cheguei até a ouvir de uma colega de trabalho, por ter faltado 15 dias no ano, por motivo de doença da minha filha (fora os dias que os avós de Viseu vieram cá e os que o pai ficou com ela), portanto faltas justificadas, um direito de mãe, que nesse ano tinha tido 40 dias de férias: 25 que a empresa "dá" e os 15 que eu não fui...

Não é fácil. Poucas horas de sono; poucas horas de tempo a três (a Mariana é sempre a prioridade); tarefas domésticas atrasadas; vida com muita ginástica e tempo contado; e pouco tempo livre para aproveitarmos em pleno as coisas realmente importantes da vida (mas quando embarcamos "nelas" esquecemos o resto 😃).
Confesso que há dias em que me deito completamente de rastos (tipo zombie; com cara de quem mete mede ao susto, admito) e com a sensação de que poderia ter feito mais e melhor. Naqueles dias menos bons, sim porque todos temos dias desses, o “exercício” que me “obrigo” a fazer é pensar na sorte que tenho por ter uma família que amo, por todos termos saúde e por sermos um trio unido (e um pouco louco também, admito 😏). E tudo me parece simplesmente perfeito. Mesmo não sendo cor-de-rosa.

Mais alguém por aí a viver o mesmo? Têm desabafos para "deitar cá para fora"? Também têm alturas em que se sentem incompreendidos e sozinhos? Sintam-se à vontade para "falar"; pois eu sou "toda ouvidos".

Até ao próximo post!

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@Mamã do @Bazar @#

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